sexta-feira, 30 de abril de 2010

GOLES DE SOBRIEDADE





















Tá acontecendo de novo. Mais uma vez a vontade de gritar mais alto que o silêncio desse quarto bateu. E o estimulante dessa vez fica por conta dos goles de sobriedade que venho tomando desde agora.

Som, revistas, sites e um prato de caldo verde morno. Cama, luz, 3 travesseiros, um headphone e um bonsai na janela. A cena do crime vasa pelo ralo mais uma vez.

A inquietude gera o impulso da escrita que só perde pra vontade que o amanhã logo venha.

domingo, 25 de abril de 2010

COLORIR SÃO PAULO















De tão cinza virou ar
De tão ar virou chão
De tão chão virou céu

De tão céu vôou

segunda-feira, 12 de abril de 2010

SKATESIA






















Há skate na esquina do pensamento
Onde meu verbo se conjuga na rua
E brinca sem pensar no tempo

quinta-feira, 8 de abril de 2010

AUTO-ANÁLISE






















Ando vago como um conceito
Aplicável como uma fórmula
Simples como a síntese
Carente de expressão

Me pego soletrando números
Versando sem palavras
Falta lógica
Sobra conhecimento empírico

Não teorizo mais o nada
Como propôs a Filosofia
Apenas o contemplo
Nessa vã - vida - de - poesia

quarta-feira, 7 de abril de 2010

A BORDO DO DIÁRIO

















Não vimos o crocodilinho. Ficamos tentando existir desde sexta para que se tornasse domingo tão logo o dia nascesse. Verborragia eloqüente. Natural. Deslumbre de consciência numa busca incansável pelas respostas de perguntas ligeiramente mal formuladas.

Mergulhos num jardim espinhoso, sem ondas nem cristas. Sobras de cristais antigos. Coisa de gerações passadas. Pesadelo. Vertigens.

Perdemos a nitidez da luz por causa da tentativa e erro em nos alumiarmos. Vislumbramos possibilidades de uma existência plural, livre de sentidos, de átomos. Uma existência que não tem ator nem diretor. Um set vazio de câmeras e transbordante de enredo que aniquila o roteiro.

Um penhasco de ilusões em paraquedas mal jambrados, no qual não se compreende salvação além da redenção.

Ainda assim, seguimos, porém, mais três dias ininterruptos de puro adormecer. Dormência. Demência. Terra dos loucos. Terra de explicações desnecessárias para seres conscientes de seus limites primórdios.

A tentativa é válida.

Vem do lado inesperado da verdade.

A comunicação flui sem análise sintática ou semântica.

Vem sujeito oculto, por hora indeterminado.

Vem sem pretensão de ser verbo.

Vem amorfológica.

terça-feira, 6 de abril de 2010

THAÍS

















Roda, roda
gira, gira
dança, pula,
pula e balança
até o sol me acordar

Canta, grita,
sonha e ressoa
Brinca de que me caçoa
Pra eu poder acreditar

Brilha, brilha
Corre e irradia
Cria o dia de alegria
Que eu já vou me levantar

Pensa, pára, fica
Volta ativa
Muito viva me cativa
Que eu já vou me apaixonar

Inventa nossa alegoria
Que rege esse carnaval
Faz festa e enfeita
A floresta do nosso quintal

Um verde-cor-esperança
Recria e defaz temporal
Um fim de semana contigo
É sensacional

Um cheiro-luz-harmonia
Que me leva pra onde quiser
Do lado menina moleca
Desperta mulher

Inventa nossa alegria
Recria e desfaz carnaval
Num fim de semana
Harmonia do nosso quintal

Um cheiro menina moleca
Faz festa e enfeita mulher
Do lado desperta
E me leva pra onde quiser

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

TROCARALHO DO CADILHO


















Não tem jeito, morre torto.
E tem mais: te direi quem são
Porque pra mim o negócio são os amigos,
Mas os falsos; esses são à parte!
Mesmo se essa parte que parte
Leve saudades de alguém
Que chora pelo leite que evitou derramar
Não adiantou.
Já tinham dito:
Em terra de cego,
Vão-se os anéis e ficam-se os dedos!
Afinal, mais vale um na mão,
Que cinco no ferro
Que fere.
Mas eu,
Mesmo ferido,
Não ferirei!
Pois nesse Rio que só tem piranha
O burro tem que saber nadar
Seja nas costas
Do pau do Chico
Ou do Francisco,
Que hoje comem os mesmos farelos
Dos porcos com os quais se juntaram
Navegaram, navegaram
E morreram na praia
Assim como São Tomé,
Tiveram que ver para crer
Acabaram cuspindo no prato que comeram
E como desperdício não é fartura
Eu vou direto ao assunto sem firula:
- Morreu Odete
O melhor cú da praça!

Zelador ou Porteiro

Minha foto
Rio de Janeiro, Brazil
Mulato Albino, filho da Nanci. Tão neto do Péricles que chega a ser amigo do Boné e vizinho do Pizza. Andou com Kichute demais. Acabou ficando com Pé de Bola.