quarta-feira, 7 de abril de 2010

A BORDO DO DIÁRIO

















Não vimos o crocodilinho. Ficamos tentando existir desde sexta para que se tornasse domingo tão logo o dia nascesse. Verborragia eloqüente. Natural. Deslumbre de consciência numa busca incansável pelas respostas de perguntas ligeiramente mal formuladas.

Mergulhos num jardim espinhoso, sem ondas nem cristas. Sobras de cristais antigos. Coisa de gerações passadas. Pesadelo. Vertigens.

Perdemos a nitidez da luz por causa da tentativa e erro em nos alumiarmos. Vislumbramos possibilidades de uma existência plural, livre de sentidos, de átomos. Uma existência que não tem ator nem diretor. Um set vazio de câmeras e transbordante de enredo que aniquila o roteiro.

Um penhasco de ilusões em paraquedas mal jambrados, no qual não se compreende salvação além da redenção.

Ainda assim, seguimos, porém, mais três dias ininterruptos de puro adormecer. Dormência. Demência. Terra dos loucos. Terra de explicações desnecessárias para seres conscientes de seus limites primórdios.

A tentativa é válida.

Vem do lado inesperado da verdade.

A comunicação flui sem análise sintática ou semântica.

Vem sujeito oculto, por hora indeterminado.

Vem sem pretensão de ser verbo.

Vem amorfológica.

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Zelador ou Porteiro

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Mulato Albino, filho da Nanci. Tão neto do Péricles que chega a ser amigo do Boné e vizinho do Pizza. Andou com Kichute demais. Acabou ficando com Pé de Bola.